A-MAR

Texto: Andrea Giovanna

Imagem: Sonia Adriano

Com a idade e a maturidade vamos aprendendo a nos posicionar, deixar os limites bem delimitados. Vamos aprendendo que dizer um não, nem sempre tem que vir acompanhado de uma explicação.

Muitas coisas já não fazem mais sentido, outras passam a ser essenciais. Aprendemos a ser mais humildes, menos arrogantes, e principalmente mais gratos pela vida, pelas pessoas e até mesmo pelos problemas porque são esses que nos amadurecem, ou pelo menos deveríamos aprender.

Todos nós temos um lado obscuro, mas não no sentido ruim e sim daquilo que ainda desconhecemos dentro de nós. É aí que entra a importância do autoconhecimento, de buscarmos realmente entrar em contato com nosso eu mais profundo, a nossa essência, nossas aptidões que ainda não percebemos ou não desenvolvemos.

Nos observar é fundamental. Silenciar para ouvir o que não conseguimos por falta de serenidade, de quietude. É no silêncio interno que muitas vezes conseguimos perceber o deserto emocional que estamos vivendo em alguns momentos.

Às vezes somos mar, aliás acho que na maioria das vezes. Esse mar de emoções, de ondas altas e pequenas, de agitação ou calmaria. Onde as pessoas podem mergulhar, se revigorar, se assim o permitirmos, e somente colocar a bandeira vermelha de perigo quando realmente necessário.

Então que possamos perceber o tanto de coisas boas que podemos transbordar com nossas ondas. Sejamos um mar cristalino.

Se permita perceber

Seja mar

A-mar

Trans-bordar

Bordar a vida, essa arte que é viver.