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A VIDA E A GANGORRA (por Andrea Giovanna em maio de 2015)

(imagem internet)













As minhas, as nossas emoções e sentimentos são como uma gangorra. Pelo menos, eu sinto assim, venho sentindo assim. Tem dias que me sinto triste, angustiada, questionando a vida. Mas às vezes a fé vence, dá um empurrão, e aquele tempo que permanecemos no alto da gangorra dá vontade de pausar. Hoje estou no alto. Então aproveito esse momento para agradecer a benção da oração atendida. Oração que pedia à Deus que arrancasse do meu peito esses sentimentos negativos que vinham me corroendo, que trouxesse à tona aquela "menina" alegre independente da dor física ou da alma. Acordei mais leve, essa leveza foi se expandindo e hoje acordei em paz. Quero muito que essa paz se expanda. Quero alimentar e realimentar esse sentimento. Saber curtir o que tenho no momento, saber perceber que nosso desejo pode ser realizado de várias formas, basta sermos criativos. Hoje fui criativa de uma forma tão simples, estava com vontade de pegar sol, mas como não daria tempo de ir à praia e o sol batia em minha cama, rapidamente me despi, fiquei ali nua e feliz sentindo os raios solares a me aquecer o corpo, mas na realidade aqueceu mais a minha alma. Alma que vinha negativa, que vinha queixosa. Hoje estou me sentindo dadivosa, sentindo saudade das minhas pessoas dadivosas, agradecendo a benção recebida. 
Olhando para janela, percebo o azul do céu, as nuvens e suas nuances, o vento e a dança das árvores, os passarinhos e insetos, os sons dos vizinhos. Hoje nada me incomoda, tudo é vida, tudo é respeitado e curtido com o que tenho para hoje. Que essa emoção, esse sentimento se perpetue. Que eu saiba realizar esses pequenos e bobos desejos, que eu saiba permanecer com os olhos abertos para o belo, para as conquistas e não para as derrotas. Que eu saiba insistir, persistir no que me faz bem, no que gosto de fazer, com quem gosto de estar. Que eu saiba conviver e respeitar o jeito de cada um, mas sobre tudo que eu saiba respeitar o meu gostar, o meu querer, o meu realizar. Já que a vida é amor, reflito que o amor não impõe, não força a mudança do outro. O amor flui, o amor respeita, o amor exemplifica, o amor ajuda no caminhar, ajuda na mudança, no aprendizado. O amor é quem nos impulsiona na gangorra, na subida ou na descida. 
Quando lembro do brinquedo gangorra, lembro que sempre preferi o momento do subir, tinha medo de bater no chão, tinha medo de quicar e me machucar. Mas a descida, e o impulsionar fazem parte da gangorra, portanto saibamos apreciar o sabor da descida, a paisagem daquele momento, o olhar por outro ângulo. E assim quando estivermos felizes subindo ou no topo, saibamos lembrar que em cada momento devemos ter um olhar atento que nos fará feliz. 
Então hoje quero curtir o que tenho, tendo a certeza que cada momento é único e traz em si suas lições. É a gangorra, essa gangorra que pode ser a vida vivida com alegria no olhar. 
Já que no momento a moda é colorir livros, reflito que precisamos realmente colorir, mas talvez o mais importante seja antes colorirmos com o olhar.