CICLICIDADES

Texto: Andrea Giovanna

Imagens: Internet

Da mesma forma que a natureza tem suas estações, nossa vida se passa em ciclos e saber vivencia-los em sua plenitude, é um grande desafio.

Perceber o que não podemos ou não devemos mais fazer, seja por motivos fisicos, emocionais, ou financeiros. Respeitar nossos limites para que o aprendizado não venha através da dor, da tristeza, ou de alguma outra forma.

Esse mês estou ajudando na mudança residencial e interestadual de uma irmã. Isso me fez sentir algumas emoções e refletir à respeito. Enquanto arrumo o que precisa ser encaixotado, revendo e separando coisas para doar e outras para reciclar, vai passando através dos meus olhos uma vida, carregada de história.

Como definir o que vai e o que fica? Saber desapegar de alguns itens carregados de memórias, descartar o que realmente não tem mais o porquê de estar ali? Quantas vezes já tivemos que desapegar de coisas que eram importantes por motivos de uma mudança? Seja uma mudança de trabalho, aposentadoria, uma separação, mudança de país, fazendo com que um ciclo se encerre mesmo sem a gente querer.

Não é fácil se despedir de amigos, familiares, lugares, sem data para voltar a vê-los. Mas, a vida tem que seguir seu rumo. E encerrar um ciclo nos dá oportunidade de iniciar outros, nos deixa livre para seguir por outras estradas.

Algumas pessoas se ressentem das mudanças que a vida traz, se deprimem e se fecham para oportunidades que também podem trazer coisas boas, novas amizades, novas alegrias. Perceber e aceitar quando algo muda, nos dá a oportunidade de perceber as possibilidades que surgem, perceber que cada momento, cada ciclo, tem uma beleza própria e o fato de ser diferente do anterior não significa de menor importância, menor valor.

Deixar ir o que não mais nos pertence e guardar as boas recordações é se manter aberto para o novo.

Afinal o que levamos dessa vida é a vida que levamos e não o que temos.